quarta-feira, 11 de julho de 2012


Pequenas e grandes recomendações aos missionários

Oséias 11, 1-4. 8-9; Mateus 10,7-15

Eis o evangelho do envio dos apóstolos pelo mundo afora por parte de Jesus. Apóstolo quer dizer precisamente aquele que é enviado.

Na verdade na Igreja existe um duplo movimento. Os discípulos começam a conhecer o Mestre e vivem em comunidades. Rezam juntos, vivem juntos, sonham juntos, deixam-se iluminar pela Palavra, alimentam-se do Pão da Eucaristia. Esse primeiro movimento é indispensável. É o viver em comunidades de fé e de amor.

Logo depois vem o ir pelo mundo afora. Vem à dinâmica do anúncio de um fogo que se carrega no coração. Este não pode ser abafado e diminuído. Ele precisa queimar… Os missionários dedicam-se totalmente ao anúncio, num misto de empenho próprio e de confiança total naquele que os envia.

Há uma urgência. O reino está próximo. Alguns sinais da proximidade desse mundo novo: os doentes são curados, os mortos ressuscitam, os leprosos ficam limpos e não há mais domínio do demônio.

Os que partem, os que são enviados são aqueles que de graça receberam e de graça dão.

Não levam garantias terrenas, nem dinheiro, nem prata… Não levam roupas de reserva. Basta a túnica que lhes cobre o corpo. O operário é digno de sua recompensa, tem direito ao seu sustento.

Os que são enviados ficarão hospedados nas casas das pessoas. Deverão se informar se naquelas cidades há, de fato, pessoas dignas de receber esses generosos anunciadores do mundo novo. Que seus hospedeiros saibam que hospedaram a anjos.

Se as pessoas ouvirem a mensagem que continuem ali. “Se alguém não vos receber nem escutar vossa palavra, saí daquela casa e daquela cidade e sacudi a poeira dos vossos pés”.

Ontem e hoje a Igreja é essencialmente missionária. Tanto recebeu de graça, tanto precisa dar de graça.

Paulo VI, na Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi assim se exprimiu: “ Enviada e evangelizadora, a Igreja envia ela própria evangelizadores. É ela que coloca em seus lábios a Palavra que salva, que lhes explica a mensagem da qual ela mesma é depositária, que lhes confere o mandato que ela mesma recebeu e que, enfim, os envia a pregar. E a pregar, não as suas próprias pessoas ou as suas ideias pessoais, mas sim um Evangelho do qual nem eles nem ela são senhores e proprietários absolutos, para dele disporem a seu bel-prazer, mas de que são os ministros para o transmitir com máxima fidelidade” ( n. 15).

Frei Almir Ribeiro Guimarães

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