Pequenas e grandes recomendações aos missionários
Oséias 11, 1-4. 8-9; Mateus 10,7-15
Eis o evangelho do envio
dos apóstolos pelo mundo afora por parte de Jesus. Apóstolo quer dizer
precisamente aquele que é enviado.
Na verdade na Igreja existe um duplo movimento. Os
discípulos começam a conhecer o Mestre e vivem em comunidades. Rezam juntos,
vivem juntos, sonham juntos, deixam-se iluminar pela Palavra, alimentam-se do
Pão da Eucaristia. Esse primeiro movimento é indispensável. É o viver em
comunidades de fé e de amor.
Logo depois vem o ir pelo mundo afora. Vem à dinâmica
do anúncio de um fogo que se carrega no coração. Este não pode ser abafado e
diminuído. Ele precisa queimar… Os missionários dedicam-se totalmente ao
anúncio, num misto de empenho próprio e de confiança total naquele que os
envia.
Há uma urgência. O reino está próximo. Alguns
sinais da proximidade desse mundo novo: os doentes são curados, os mortos
ressuscitam, os leprosos ficam limpos e não há mais domínio do demônio.
Os que partem, os que são enviados são aqueles que
de graça receberam e de graça dão.
Não levam garantias terrenas, nem dinheiro, nem
prata… Não levam roupas de reserva. Basta a túnica que lhes cobre o corpo. O
operário é digno de sua recompensa, tem direito ao seu sustento.
Os que são enviados ficarão hospedados nas casas
das pessoas. Deverão se informar se naquelas cidades há, de fato, pessoas
dignas de receber esses generosos anunciadores do mundo novo. Que seus
hospedeiros saibam que hospedaram a anjos.
Se as pessoas ouvirem a mensagem que continuem ali.
“Se alguém não vos receber nem escutar vossa palavra, saí daquela casa e
daquela cidade e sacudi a poeira dos vossos pés”.
Ontem e hoje a Igreja é essencialmente missionária.
Tanto recebeu de graça, tanto precisa dar de graça.
Paulo VI, na Exortação Apostólica Evangelii
nuntiandi assim se exprimiu: “ Enviada e evangelizadora, a Igreja envia ela
própria evangelizadores. É ela que coloca em seus lábios a Palavra que salva,
que lhes explica a mensagem da qual ela mesma é depositária, que lhes confere o
mandato que ela mesma recebeu e que, enfim, os envia a pregar. E a pregar, não
as suas próprias pessoas ou as suas ideias pessoais, mas sim um Evangelho do
qual nem eles nem ela são senhores e proprietários absolutos, para dele
disporem a seu bel-prazer, mas de que são os ministros para o transmitir com
máxima fidelidade” ( n. 15).
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