domingo, 30 de outubro de 2011

Farisaísmo Atualizado



Os fariseus eram uma corrente teológica, filosófica e política de Israel, que tinha grande influência junto aos romanos dominadores no tempo de Jesus. Faziam política de sobrevivência e, entre ir para guerrilha e enfrentar os romanos e ficarem num jogo de cintura, tentando conseguir ao menos um ar respirável na política de Israel, eles optaram pela segunda hipótese. Havia os bons e os cavilosos.


Eram políticos, e tinham uma visão para Israel da qual não abriam mão. Entre eles havia muitos honestos, praticantes que viviam com seriedade a lei, e os outros que falavam bonito, mas não praticavam justiça. Pertenciam aos fariseus, mas não viviam como verdadeiros fariseus. E foi contra esse tipo de gente, que punha a política em primeiro lugar e a justiça em segundo, que Jesus se insurgiu deixando claro que para esse tipo de fariseu não haveria concessão, porque eles não tinham nenhuma para com os outros. Jesus enfrentou.


Mais tarde, injustamente até o termo se generalizou e, da parábola do fariseu e do publicano e de outros fatos, deduziu-se que o fariseu era o tipo de sujeito falso que diz ter fé, mas age como se não cresse. Nos dias de hoje é preciso também fazer esta distinção. Os “conservadores” não são pessoas más e nem os “progressistas” são todos pessoas sem fé. Há indivíduos comprometidos com a política que vivem o seu compromisso com os pobres de maneira caridosa. Não fazem só política: oram em cima de sua caridade e da sua luta pela justiça, são acolhedores e não têm ódio no coração. E há os outros, parciais, grudados a partidos, agressivos, notadamente políticos. No seu discurso mais usam a religião do que a anunciam.


Dá-se o mesmo com os conservadores com fortes raízes na vida monárquica ou republicana. Sob a alegação que estão preservando a fé, mais usam a religião dos que a seguem. Sua dureza de coração salta à vista. São os falsos piedosos. Vivem policiando a fé dos outros, mas a deles mesmo não é praticada com justiça e respeito.


Foi o caso da moça que depois da missa viu o pároco num quiosque tomando uma garrafa de pinga Pitú. Espalhou o fato pela cidade, ela que era de um movimento de igreja, com forte influência na igreja local.


Foi preciso o dono do quiosque ir ao rádio esclarecer que, por falta de outro recipiente, ele servira uma garrafa de Tubaína dentro de um frasco de isopor da marca Pitu. O padre estava lá com três auxiliares, um deles um garoto que tomou da mesma garrafa. Faziam pequeno lanche para ir a outra localidade. Explicado o assunto no rádio, ficou ruim para ela, até porque muitos que tinham ido nesse restaurante, várias vezes tinham sido servidos dessa forma. O grupo a repreendeu duramente. A farisaica caiu no descrédito. Ao invés de pedir desculpas ao padre, mudou de paróquia.


Fariseu também foi o rapaz que escreveu uma carta a liderança do seu movimento, em protesto porque convidaram para pregar lá um sacerdote que disse que não orava em línguas. Ele não admitia que um padre de não tinha recebido o Espírito Santo e que não orasse em línguas, falasse a eles que tinham recebido os dons do Espírito Santo. A cúpula encarregou-se de responder que nem o Papa, nem a maioria quase absoluta dos bispos e padres oravam em línguas, contudo eles também tinham o Espírito Santo.


Aconteceu com eles e pode acontecer conosco! Fingir uma santidade que não temos e tentar desprestigiar os outros que não são e não agem como nós. Está em Mateus 7,1-2. Jesus afirma que receberemos o mesmo julgamento.


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