Somos
eternos aprendizes na arte da oração. Muitos de nós, desde a nossa mais tenra
infância, aprendemos a rezar. Por vezes, infelizmente, uma certa catequese
superficial foi formando pessoas que mais rezavam com os lábios do que com o
coração. Ainda hoje tem seu valor a recriminação de Jesus a respeito do que
honram o Altíssimo com os lábios. Estamos convencidos de que precisamos
reformar seriamente e constantemente nossa vida de oração. Digo bem: trata-se
de uma vida de oração. Sabemos perfeitamente que a mera multiplicação de
palavras não faz a oração ganhar em qualidade.
Algumas
orientações para que possamos nos aperfeiçoar na arte da oração:
•
Importante adquirir o hábito de caminhar na presença do Senhor. Trata-se de um
expediente antigo dos mestres de espiritualidade. Mesmo quando não estamos no
exercício da oração o Senhor nos olha, nos vê, acompanha nossos passos. Muitos
ainda hoje conservam o hábito de dirigir a Deus, nas caminhadas, na condução,
no trabalho, uma jaculatória ao Senhor: “Meu Deus e meu Tudo”; “Meu Senhor e
meu Deus”; “Coração de Jesus que tanto me amais, fazei que eu vos ame cada vez
mais”.
• Ajuda o
fervor da oração a prática do silêncio. As pessoas que passam um tempo em
silêncio sentem mais facilidade para rezar. A frequentação dos salmos e das
páginas das Escrituras, no silêncio, tornam menos áridos os momentos de oração.
Muitos e muitas chegaram a uma intensa vida de oração através da recitação incessante
e sempre nova dos salmos, esse livro que foi feito pelo Espírito.
• Não se
pode rezar apenas quando se experimenta “calor” no interior. A oração requer
perseverança e fidelidade. Mesmo nos momentos de secura interior e de aridez
dolorosa será preciso permanecer diante do Senhor como um vigia que não desiste
de guardar a porta da casa.
• Nunca
haveremos de nos esquecer que é o Espirito que reza em nós. Podemos e devemos
preparar o “terreno”, ou seja, levar uma vida reta colocarmo-nos na presença do
Senhor, tomar os textos inspirados, mas sempre quem reza em nós é o Espírito.
• Prática
importante de oração é a da meditação: colocar-se na presença do Senhor, ler um
texto, deixar a Palavra penetrar, ruminar aquilo que o Senhor nos fala.
• Muitos
gostam de rezar com canto. Há essas melodias inspiradas: um dolente pedido de
perdão, uma exultação gloriosa diante do Senhor, um grito de súplica. Muitos,
ainda em nossos dias, gostam de rezar cantando as melodias do canto gregoriano.
• Há
momentos determinados para a oração: manhã, tarde, noite. Temos que ser fiéis a
eles. Importante que assim, aos poucos, nossa vida toda se torne uma existência
de oração. É isso que conta.
Frei
Almir Guimarães
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