terça-feira, 5 de julho de 2011

Jesus Cristo era Sacerdote?

 Escrito por Ariel Valdés Domingo,

Os sacerdotes da Igreja Católica dizem que 
são sacerdotes como Jesus Cristo. 
Mas, donde tiram a ideia de que Jesus Cristo 
era sacerdote? 
Nos Evangelho nunca se diz semelhante coisa…

Sacerdote, onde?

Os únicos sacerdotes de que falam os 
Evangelhos são os do Templo de Jerusalém 
(Mc 1,44). Como Zacarias, pai de João Batista 
(Lc 1,5). De Jesus, nunca se afirma que 
oficiasse em cerimônias religiosas no Templo.
Tão-pouco o livro dos Atos dos Apóstolos fala
 de qualquer outro sacerdote, além dos sacerdotes judeus (4,1) ou pagãos 
(14,13). Nas Cartas de São Paulo nem sequer aparece a palavra sacerdote, 
como se o Apóstolo a quisesse evitar de propósito.
 E as Cartas Católicas e o Apocalipse nunca chamam sacerdote a Jesus em
 sentido nenhum.
 Porque damos, então, esse título a Jesus Cristo?
   Há um único livro em todo o Novo Testamento que afirma que Jesus 
Cristo era sacerdote: é a Carta aos Hebreus.


Jesus, um leigo


Ora bem, quando veio Jesus, começaram a descobrir-se nele as diversas 
características que se esperavam de um enviado de Deus. Foi 
reconhecido como «profeta» (Mc. 9,8), «grande profeta» (Lc 7,16), e até 
«o profeta» (Jo 6,14). Também foi reconhecido como «rei» (Mt. 21,9), o
 «rei que vem em nome do Senhor» (Lc 19,38), o «rei de Israel» (Jo 12,13).

Mas nunca ninguém durante a sua vida o reconheceu como sacerdote
 nem lhe encontrou qualquer vinculação com os ministros do Templo. E isto,
pela simples razão de que para ser sacerdote era preciso pertencer à tribo de 
Levi, e Jesus pertencia à tribo de Judá. Portanto nunca poderia ter sido aceite
 como sacerdote. Para o seu povo, Jesus era um leigo.


Por isso os apóstolos nunca pregaram sobre o sacerdócio de Cristo. O próprio
 São Pedro reconhece em Jesus o profeta prometido (At. 3,22), o Rei esperado
 (At. 2,36), mas não o sacerdote anunciado.


Os primeiros cristãos, pois, destinatários desta Carta, sentiam-se desconcertados. 
Aonde teriam ido parar o sacerdócio, os ritos, os sacrifícios, o culto do Antigo
 Testamento, que durante séculos tinham ocupado um lugar central na 
espiritualidade de Israel? Podiam desaparecer assim de um golpe? No
 cristianismo já não tinham qualquer lugar, nem sentido?
Era preciso ter mente poderosa, que dominasse as antigas instituições e 
conhecesse profundamente a pessoa de Cristo, para poder resolver semelhante
 problema teológico que perturbava os judeus que queriam passar-se para o 
cristianismo. E foi assim que, por volta do ano 90, apareceu na cidade de Roma 
um personagem, de vasta cultura e notável manejo da língua grega, que após 
analisar cuidadosamente este problema descobriu a solução. Este autor, que 
para nós permanece anônimo, inspirado pelo Espírito Santo, compôs uma 
obra chamada atualmente a Carta aos Hebreus, e que constitui o escrito
 mais fino, melhor construído e mais elegante do Novo Testamento.



Nenhum comentário:

Postar um comentário