domingo, 20 de março de 2011

A QUARESMA DE SÃO FRANCISCO

  
Frei João de Deus Garagiola
Assistente Regional da OFS-MA.


                                         A origem da quaresma

O nome Quaresma cunhado das antigas tradições cristãs, de princípio refere se ao período do ano litúrgico que nos prepara às celebrações do mistério pascal: morte de cruz, sepultamento e ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo. Período destinado fortemente ao grande evento das festas pascais. Quaresma vem do numero quarenta que recorre muitas vezes na Bíblia e que a Igreja o acolheu para designar um período de caminhada penitencial para os cristãos, como plano divino para a salvação de todos. No desenvolvimento deste plano na Sagrada Escritura, encontramos Moisés onde permanece quarenta dias no monte Sinai falando com Deus (Ex. 24,12-18); que o gigante Golias desafiou o povo de Israel por quarenta dias, enfim desafiou e foi morto por Davi  (I Sam.17,16-41); Durante quarenta dias o profeta Elia caminhou no deserto  até ao monte de Deus, Horeb ( I Reis 19,8-14 ); Por quarenta dias o profeta Jonas em nome de Deus pede aos ninivitas penitência ( Jó 3,4-11); Diante destes dados proféticos Jesus antes de sua vida pública retira-se no deserto por quarenta dias e onde foi tentado pelo demônio (Mc.1, 13). É nesta perspectiva que a Igreja na sua liturgia anual estabelece para que também nós hoje, façamos um período de jejum, oração e caridade, para podermos fortalecer na fé em Cristo, confiando na sua proteção e poderes.  

As quaresmas na vida de São Francisco de Assis:

São Francisco no desejo de imitar e assemelhar-se o mai possível a Jesus Cristo, com a finalidade de reviver os mistérios que ocorrem durante o ano litúrgico - da Encarnação e da Natividade até a Ascensão, de Pentecoste até a espera do retorno do Senhor, São Francisco não se limita em fazer as quaresmas “grandes”, da redenção em preparação da Páscoa do Senhor, como também no tempo do advento ou da Encarnação em preparação do Natal, mas quis ir além, com o mesmo esforço e com o mesmo método, quis fazer outras: com jejuns e orações, afastado do mundo, somente na solidão com Deus, num desejo de uma continua conversão, Francisco quis fazer outras.
        
                   - A primeira, a grande, consagrada pelas leis da santa mãe Igreja, foi instituída para favorecer os seus filhos de participar ao supremo sacrifício de Jesus Cristo, ou seja, a paixão, morte e ressurreição que para Francisco é a quaresma das quaresmas, o tempo em que queria responder com maior empenho ao amor do Filho de Deus que deu a vida até o extremo. Esta aconteceu numa ilha do lago Trasimeno, onde não morava ninguém então, que se prolongava até o dia de IV feira de cinzas. (Fioretti,7).

       - A segunda do advento, período penitencial que São Francisco pede para si e aos seus irmãos, um tempo de preparação ao Natal, que para ele era juntamente com a Páscoa “a festa das festas”. Assim desde a festa de todos os santos até as vésperas de Natal do Senhor, retirava-se na solidão, rezava, meditava, jejuava com a intenção de tornar sua carne – corpo – sujeita ao Espírito, diante de uma profunda meditação sobre a humildade di Filho de Deus, que quis assumir de ser servo, ao nascer numa estrema pobreza e mortificação. Esta Francisco a realizou em Greccio no advento de 1223, onde foi realizado o presépio. (I Celano 84: 468).
 
As quaresmas menores
                
               - A quaresma da Epifania, chamada de benta. Com esta quaresma São Francisco queria viver um tempo especial entre o Natal do Senhor e a Páscoa. De fato nosso santo, homem todo evangélico, via que o Natal e a Páscoa são festividade intimamente unidas uma na outro e representam como dois pólos ao único mistério de salvação. “De fato nos diz Celano:” meditava continuamente as palavras do Senhor... mas sobre tudo a humildade da encarnação e a caridade da paixão...  e dificilmente não conseguia pensar em outras coisas (I Cel. 84;467).
          
             - A quaresma de São Miguel é toda particular do nosso contemplativo seráfico pai: não a impôs e nem a aconselhou aos seus irmãos de caminhada. Assumiu de iniciativa e devoção própria. Ela iniciava no dia da Assunção de Nossa Senhora, umas das primeiras e mais importante festa mariana, e terminava no dia da festa de São Miguel arcanjo, 29 de setembro. Francisco venerava com muito afeto os santos anjos que estão conosco no campo de batalha contra os inimigos. Devemos venerá-los – dizia ele – estes companheiros de caminhada, que nos acompanham em qualquer lugar, como nossos guardiões. Devemos venerar com solenidade, sobretudo São Miguel porque tem a tarefa, dizia-se então na missa dos defuntos, tem a tarefa de apresentar as almas para Deus. Portando em honra de São Miguel jejuava com a máxima devoção por quarenta dias.
 
        - A quaresma da festa de São Pedro e São Paulo até a Assunta. A última quaresma menor era dedicada aos santos apóstolos e com isso Francisco mostra acima de tudo um profundo respeito e devoção a Igreja. E através disso manifestava sua comunhão com a jerarquia da mesma, sobretudo para o papa como sinal de unidade universal da Igreja. Esta quaresma começava no dia da festa de São Pedro e São Paulo, 29 de junho, até no dia da Assunção de Maria, querendo manifestar e ressaltar com isso, o motivo da devoção a Nossa Senhora, como figura de mãe da Igreja. “Dando assim o caráter eclesiástico-mariano, como testemunha São Boaventura:” “Ele tinhas um a grade devoção e amor para com a Virgem Maria pelo fato que era mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo”.

Conclusão 

O modo e a maneira de viver a quaresma por São Francisco de Assis é muito ligado ao espírito litúrgico da Igreja. É um cristão menor que não pretende ensinar e ditar normas para os outros, mas cultivar na sua vida convicções de fé que causaram exemplo e admiração também para os outros. Verdadeiramente é um homem rico de carismas, fértil nas intuições e originais totalmente mergulhados na busca de uma vida autenticamente evangélica, que buscava somente em Jesus Cristo se modelo de Vida. 
As quaresmas, sejam as grandes bem como as outras que mencionamos acima, é o tempo oportuno destinado à penitência e conversão para reviver as verdades substanciais do batismo que cada um de nós recebeu desde o começo de sua vida. Na tentativa de viver este tempo particular da vida cristã, o grande imitador de Cristo, põe em ação um estilo próprio, uma maneira original com atitudes particulares.  


     

2 comentários:

  1. O campo Quem sou eu serve para que o blog seja apresentado, suas características e também objetivos. O perfil da Zilmar não deveria estar ali, uma vez que o foco principal são informações comuns a todos e não de cunho particular. Creio que o bom senso prevalecerá e no campo referido será escrito a descrição do Blog e só. Obrigado

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  2. O campo Quem sou eu serve para que o blog seja apresentado, suas características e também objetivos. O perfil da Zilmar não deveria estar ali, uma vez que o foco principal são informações comuns a todos e não de cunho particular. Creio que o bom senso prevalecerá e no campo referido será escrito a descrição do Blog e só. Obrigado

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